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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Usina Massauassu

   







         Situa-se às margens da Rodovia-PE 45 distante 87,5 KM da sede do município de Escada.
Foi fundada em 1890, nas terras do senhor de engenho Marcionilo da Silveira lins, daí ter sido registrada, inicialmente como Silveira Lins e filhos. 24 anos depois da sua inauguração, Zenóbio Marques da Silveira Lins, filho mais novo do Sr. Marcionilo, passou a Usina para o Sr. José Henrique Carneiro da Cunha, que entre 1916 e 1917 associou-se ao seu cunhado Oscar Amorim e ao seu irmão Oscar Barardo Carneiro da Cunha.
        Em 1929, a sociedade já tinha se desfeito. Apenas José Henrique Carneiro da Cunha continuava sendo proprietário nesta época. A usina possuía 09 propriedades agrícolas, que produziam 50.000 toneladas de cana por ano. Sua capacidade de produção diária era de 7.000 litros de álcool, e 500 toneladas de cana. Em época de moagem chegavam a trabalhar uma média de 150 funcionários, e era permanentemente proibida a contratação de estrangeiros bem como mulheres e menores de 18 anos.
        Possuía uma via férrea com 60 km de extensão, 3 locomotivas e 84 carros vagões. Mantinha duas  escolas em atividades com uma média de 60 crianças matriculadas.
         Em 1987, ano em que foi desativada, chegou a produzir 569.220 sacos de açúcar de 50 kg cada.
Hoje, pertence ao espólio do Sr. Rui Carneiro da Cunha. O povoado se desenvolveu assim como seu pequeno comércio, formado por antigos trabalhadores .
         Destaca-se no povoado a antiga casa-grande em 1833, embora na fachada se aviste  a data de 1926. A mesma encontra-se em péssimo estado de conservação. E, a igreja dedicada a N. Sra. do Carmo, construída no início do século XX, com características eclética, possuindo uma torre central encimada por uma cruz de ferro.

Livro: Escada, Riqueza de Pernambuco
Autor: Luís Minduca

O Cangaço em Escada


        Afora as questões políticas, as diferenças internas dos oligarcas açucareiros relacionavam-se também a disputa de titulo de terras, testamentos, gados, escravos, mulheres, e às vezes envolvia até a violência. Essas disputas eram diferenças pessoais entre indivíduos e famílias. As diferenças não faziam com que ocorresse enfrentamentoentre classes sociais. Estudos modernos destacam que os agentes da maioria desta violência, conheçidos por capangas e, especialmente, cangaceiros, eram eles próprios protestantes sociais mais ou menos conscientes. O cangaceiro era um sujeito oprimido, fora-da-lei profissional por achar esta à melhor maneira de enfrentar ambientes sociais hostil. Em Pernambuco, o cangaceiro era uma figura característica do agreste e do sertão. Ocasionalmente apareciam na Zona da Mata. Um dos registros marcante da ação do cangaço nesta região aconteceu no município de Escada precizamente no  Engenho Jundia terras do primeiro prefeito eleito de Escada Cel. Manoel dos Santos Dias no ano de 1899. O cangaceiro Antonio Silvino intencionado em raptar a esposa separada do enteado do usineiro acabou matando 05 pessoas incluindo a filha jovem do Cel. que estava passando na janela da casa grande a qual veio a falecer no local.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Luíz Dias Lins




        Nasceu no dia 26 de Maio de 1898, era  filho de Zenóbio Marques da Silveira Lins e Filonila Tereza dos Santos Dias.
         Fez seus estudos primários e secundários em Pernambuco. O curso superior foi feito no Rio de Janeiro na Escola Politécnica, colou grau como engenheiro em 1918.
        Fundou em 1925 a Cia. Industrial Pirapama. Que beneficiou em 1926, a Cidade de Escada com a energia elétrica e, no ano seguinte Vitória de Santo Antão.
       Filiando-se a UDN elegeu-se Deputado Federal por cinco legislaturas consecutivas foi sempre membro da comissão da economia, tendo relatado importantes projetos, fez parte da delegação Brasileira na Suiça.(Genebra  palaís de naciosa). Recebeu  á medalha de honra ao mérito pelo 50 anos de bons serviços prestados à ENGENHARIA NACIONAL.
      Destinguindo-se com a medalha de Tamandaré pela sua atitude na Camâra em defesa da MARINHA BRASILEIRA.
    
      Faleceu no dia 26 de Março de 1982.

Texto de Mariinha Leão.
     

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Maria Amélia Cavalcante de Albuquerque (Primeira médica de Pernambuco).




    Nasceu na casa grande do Engenho Dromedálio na cidade de Escada, residência de seus avós maternos, no dia 8 de agosto de 1854, filha de João Florentino Cavalcante de Albuquerque e de dona Erundina Siqueira Cavalcante de Albuquerque, viveu por algum tempo no engenho como uma menina do mato, solta, livre para brincar, correr e gritar.
     Depois de ter recebido uma boa educação oficialmente concluída em 1877, resolveu estudar medicina. Para a época e para a terra onde ela vivia era coisa nunca vista quase um escândalo, parentes e amigos, em reboliço procuraram por todos os meios, demovê-la de tão "absurda" ideia. Não era, porém, apenas uma ideia era mais do que isso. Era um ideal.(...)
     Drª Maria Amélia teve dois grandes amigos que ajudaram a lutar contra o preconceito, o Drº Frederico Maia, um dentista de fama e  o professor Tobias Barreto de Menezes, filósofo, talento de fogo, homem que fez uma época.
     Foi por influência deste último, que Maria Amélia encaminhou à assembleia provincial documento, datado de 16.03.1881, paliteando uma subvenção que lhe permitisse estudar na Faculdade de Medicina do RJ, a qual formou-se no Rio de Janeiro de 1892, defendendo a tese "Do eritema nodoso palustre" foi tambéma promeira médica a clinicar no Recife. Com consultório na Rua 1ª Março, atual conde da Boa Vista.
      Casou-se no dia 23 de setembro de 1897, na cidade do Recife, na Rua Conde da Boa Vista, de nº 24, com o Srº Gaspar Florentino Cavalcante.
     A imprensa (jornal pequeno em 29.10.1934) registrou o falecimento, salientando sua condição de primeira mulher Pernambucana a formar-se em medicina e o seu parentesco com o Drº Aluízio Marquês (seu avô), que era filho de José Marquês o primeiro médico negro do Brasil (Drº Aluízio Marquês foi diretor da Casa de Saúde São Vicente, no RJ, em 1836), e parentesco bem próximo, com o ministro André Cavalcante e como o Cardeal Joaquim Arcoverde, gente grande daquela época. O funeral foi realizado às quatro da tarde, sob o sol ainda forte e o céu azul de um outubro recifense, a cerimônia foi presidida pelo Dom Vital, foi bem concorrido, lá estavam antigos clientes, amigos e parentes.


 Texto do pesquisador: Álex Ântony.
  Fonte: Sites  de pesquisas do Nordeste.

Curiosidade: As escolas de medicina do Brasil foram abertas para as mulheres em 1879, pelo imperador Dom Pedro II.
 Fonte: Enciclopédia do Nordeste.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Casa Anexa a Igreja Matriz




            Prédio centenário, datado do fim do século XIX. Sua fachada mantém a originalidade desde a sua construção. Pertencente a Paróquia local, teve como função inicial servir de escola catequética aos filhos dos paroquianos. Com o passar dos anos transformou-se em escola pública municipal. Hoje bem conservada, é sede da Agencia do Trabalho do Município.

Livro: Escada, Riqueza de Pernambuco 2 Edição
Autor: Luis Minduca

Cadeia Pública




                   É uma das edificações centenárias do Município, cuja construção se deu no ano de 1898. quando o Estado de Pernambuco era Governado pelo então Capitão Dr. Alexandre José Barbosa Lima. Sua arquitetura  possui traços das construções "Maurícias", características arquitetônicas acentuadas, dos imóveis construídos na época em que Pernambuco era dominado pelos holandeses. Pertence ao Estado de Pernambuco, servindo de presídio ao município.

Câmara Municipal da Escada



               Situada à Rua João Manoel Pontual, no centro da cidade. Foi construída no fim da década de 30 do século XX e inaugurada no ano de 1942, pelo então prefeito Sr. Álvaro Sampaio para ser a sede da Prefeitura Municipal da Escada, a qual funcionou até o ano de 2008, quando foi doado à Câmara Municipal para ser sua nova sede. O prédio foi todo restaurado, mantendo suas características originais, com  suas janelas arqueadas, jardins frontal e lateral. É um belo exemplar da arquitetura das primeiras décadas do século XX.

Livro: Escada, Riqueza de Pernambuco 2 Edição
Autor: Luis Minduca

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Engenho Conceição





 
          Situado  às margens da BR-101 no sentido de Ribeirão, distando aproximadamente 9,2 km da área urbana do Município de Escada. O acesso ao pátio da casa-grande está em bom estado. O chalé, também construído no fim do século XIX início do século XX, possui um porão na parte posterior. É  feita em alvenaria de tijolos, com cobertura em duas águas adornada em lambrequim de madeira, sendo a coberta da casa mais alta que o do alpendre. Este em "L" com colunas de ferro, guarda corpos também em ferro. Acima  do telhado do alpendre cercaduras em massa. Seu estado de conservação é bom.
    Na frente da casa, do lado direito de quem chega existe construção que encobre parte da visão frontal da mesma. Uma capela numa pequena colina próxima à casa, embeleza o lugar, que tem seus arredores gramíneas, palmeiras,bicas fruteiras e um açude.

Livro: Escada, Riqueza de Pernambuco.
Autor: Luís Minduca.

Engenho Cotegy




                
   
       Localizado às margens da BR-101 sul a 6,6 km do centro urbano. A construção da casa é datada de 1823. Foi edificada  em um só pavimento sobre calçada  alta em alvenaria e pedras. O telhado independente é mais alto do que o do alpendre. Este em "U", apoiados e guarnecidos  em ferro. A fachada principal apresenta alterações de construção do lado esquerdo. Não possui adornos e os seus arcos são abatidos com os vãos abertos. Seu estado de conservação é regular. Ao lado da casa foi construída outra casa. No jardim, além das palmeiras, fruteiras e plantas ornamentais, um grande trator inglês a vapor, faz parte da paisagem.

Livro: Escada, Riqueza de Pernambuco.
Autor: Luís Minduca.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Antiga Casa Paroquial


     

             A Casa Paroquial, foi construída no século XIX  com fachada de azulejos portugueses, foi modificada, com a retirada dos ladrinhos e estreito portão de ferro.

Texto de Mariinha Leão.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Vigário Pedrosa

 


Padre Francisco Raimundo da Cunha Pedrosa, nasceu no dia 19 de junho de 1847, no Sítio Pau Amarelo do Engenho Prado, freguesia de Tracunhaém, município de Nazaré da Mata, Pernambuco. Era filho do Capitão Raimundo da Cunha Pedrosa e de D. Maria José dos Prazeres Cunha Pedrosa.

Em 1864, aos 17 anos de idade, partiu para o Seminário de Olinda. Ordenando-se no dia 03 de novembro de 1870.

Chegou a Paróquia de Escada em 01 de janeiro de 1888. Tomando posse no mesmo dia. No discurso feito ao povo escadense ele solicitou a construção de um cemitério em um lugar mais apropriado, por achar que a continuação de sepultamentos ao lado da Igreja Matriz era contrária aos preceitos da higiene e salubridade pública. O seu pedido foi atendido após dezesseis anos. Encerrou suas palavras declarando as seguintes palavras: “Nunca militei nem milito em nenhum dos partidos políticos deste país, não me envolvo direta nem indiretamente nas lutas partidárias; não voto finalmente. Tal tem sido sempre a minha conduta e espero em Deus e na Santíssima Virgem, nossa augusta Padroeira, assim levar o resto de minha vida paroquial. A minha política é o Evangelho, a minha luta é a luta da cruz.”

Foi considerado, na época, um pioneiro em viagens marítimas dentro e fora do Brasil. Publicando obras importantes sobre estas viagens. Sendo elas Notas de Viagens (1900) e Terra Santa. Além de outras obras como: A Santíssima Eucaristia (compilação de 1906), Jesus Cristo (1918), Escada (1924), Cartas e Cartões (coletânea de 35 cartas). E uma autobiografia, escrita por ele, contendo quarenta e oito páginas e datada de 1923.

Em 1922, interferiu-se, o Padre Pedrosa, não partidariamente, na política pernambucana, escrevendo uma carta ao presidente do Brasil, Epitácio Pessoa solicitando a permanência da Força Federal nos quartéis. Impedindo, dessa forma as injustiças, crimes e perseguições políticas que estavam acontecendo em Pernambuco, durante as eleições para governador, com a intervenção da mesma.

O seu pedido foi atendido imediatamente. Foi enviado um novo comandante à frente da Força Federal com ordem terminante para contê-la nos quartéis, fazendo, assim, reinar a paz.

A carta enviada ao Presidente Epitácio Pessoa pelo Vigário Pedrosa, redigida em Escada, é considerada, em Pernambuco, como um importante documento histórico.

Em dezembro de 1934, aos 84 anos de idade, recebeu na Casa Paroquial de Escada, a visita do General Manuel Rabelo, ex-interventor de São Paulo e Comandante da 7ªº Região Militar que veio conhecê-lo pessoalmente. Após ter recebido uma carta na qual o Padre Pedrosa, prestava solidariedade ao General pelas críticas e maus julgamentos feitos pelos pernambucanos sobre o ele. Tornando-se grandes amigos, e, uma semana depois, o Vigário Pedrosa visitou o General em sua residência.

O Vigário Pedrosa faleceu no dia 18 de novembro de 1936, sendo sepultado na Igreja Matriz da Escada. No local, onde colocaram o altar da Capela do Santíssimo.

   

texto de Mariinha Leão.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A Mulher e o Cemitério





           
             O cemitério São Luís foi inaugurado no dia 8 de maio de 1904, na gestão do Coronel Manuel Antonio dos Santos Dias Filho. Aos poucos, foram construidos os primeiros jazigos e túmulos. Não faltava gente para visitar os mortos.
  Certo dia um coveiro foi fechar o portão do cemitério São Luís  para almoçar. Quando se aproximou do portão observou uma mulher entrando no cemitério. A visitante estava bem vestida, de óculos escuros, muito bem pintada, com uma sobrinha vermelha aberta, pois o sol estava muito quente. Ele aproximou-se dela e falou:
  "Minha senhora, já deu meio dia, estou fechando o portão e vou almoçar".
   A visitante respondeu:
  "Meu senhor, aguarde um instante! Eu vou apenas fazer uma visitinha e daqui a pouco estarei voltando"
     O coveiro concordou. Sentou-se num banco, acendeu um cigarro e ficou a esperar. Esperou... esperou.... e nada da mulher voltar. Ele comentou baixinho:
   "Não é possível! faz quase uma hora que essa mulher entrou e ainda não voltou"
Já com fome, fatigado do calor e cansado de esperar, a paciência esgotou e ele resolveu entrar para localizá-la.           O coveiro andou... andou.... percorreu o cemitério todo e nada encontrou " A mulher havia desaparecido".
  O coveiro totalmente arrepiado, fechou o portão  do cemitério e retirou-se para casa.

Livro: Lendas, Mitos e Histórias das Terras dos Barões.
Autora: Mariinha Leão

quarta-feira, 6 de abril de 2011

HINO DA CIDADE DA ESCADA


Letra e música:
Maria José Leão Portela Gomes
(Mariinha Leão)
 
Despontaste audaz e alvissareira
Ó inefável, cidade hospitaleira.
O teu nome Escada enaltece
O teu povo e a Pátria Brasileira.
Despontasfe audaz e alvissareira
Ó inefável, cidade hospitaleira.

Tuas ínvias matas verdejantes
O fulgor e limpidez do teu rio
Os primórdios irmãos ameríndios
Da lembrança, a bravura e o brio.

Os barões, engenhos e casarios
Belas paisagens de canaviais
Para orgulho dos nossos ancestrais
Foste Princesa dos Canaviais.

Tua história ostenta conquistas
Um passado de luta e vitória.
E também tu tiveste momentos
De infortúnio em tua trajetória.

Ouves logo o brado do teu povo
Destemido e cheio de clamor.
Que anseia um progresso contínuo
E recrudesça assaz o labor.

Ó insigne cidade que apraz,
de outrora guardas a memória.
cujo tempo não apaga jamais,
tua história, tradição e glória.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Comadre Fulorzinha* e Suas Peripécias nas Matas de Escada

  
             Comadre Fulorzinha  é uma personagem lendária que vive nas matas.  É  temida e respeitada por alguns caçadores e pessoas que ali trabalham e nela acreditam.

    Nas matas da cidade de Escada várias peripécias foram praticadas por ela.

    Muitos moradores da zona rural do nosso município afirmam ter visto a Comadre Fulorzinha.  Dizem que é uma linda cabocla.  Para outros, é uma menina muito bonita, alva, cabelos loiros e longos, vestida de branco, aparentando 10 anos de idade. Além das matas, ela aparece  nos engenhos e sítios, assustando as pessoas com empurrões, tapas, relhos de bater em cavalo, assobios fortes e finos, que provocam  surdez instantânea. Afirmam também que ela gosta de fazer, nos cavalos tranças bem finas e perfeitas. Quando alguém percebe a sua aproximação nas matas ou engenhos, procura logo afugentá-la, batendo com uma enxada numa pedra, pois não aprecia o barulho e vai embora.  Para agradá-la, os caçadores costumam colocar, em qualquer tronco da mata, fumo e mingau sem sal.

   Em Vargem Grande, Cachoeira Tapada, um caçador que duvidava e zombava muito da Comadre Fulorzinha, foi à mata e colocou para ela mingau com sal.   Após alguns dias, ele foi caçar e não voltou para casa. Seu irmão saiu a sua procura e o encontrou, amarrado num  tronco com cipó; seu corpo demonstrava sinais de espancamento. O caçador recordou apenas que estava na mata e subitamente, começou a apanhar. Só que ele sentia as lapadas, mas não via quem estava batendo. Ficou aterrorizado, perdu os sentidos e, quando tornou, já estava amarrado.  A partir desse dia, ele começou a ter medo e respeito pela Comadre Fulorzinha.

     O termo "fulorzinha" foi grafado da forma como a população pronuncia na região.

Livro: Lendas, Mitos e Histórias da Terra dos Barões.
Autora: Mariinha Leão.

Origem Lendária de Escada

  

             A origem lendária de Escada remonta de tempos longínquos, quando as exuberantes e virgem matas verdejantes ornamentavam nossa terra pueril.
   Foi berço dos nossos índios, primordiais habitantes, senhores desse torrão, que aqui se radicaram desenvolvendo sua cultura, sua crença, seus costumes; banhada por um rio gigantesco e cristalino, forte e sadio que enaltecia e adornava o nosso solo, o qual  se tornou também fonte de alimento para nossos ameríndios que, além da pesca, nutriamse de caça, frutos silvestres e demais recursos que a natureza mãe pudesse lhe oferecer.
   Foi em épocas remotas, quando Escada era ornamentada por essas paisagens fascinantes já relatadas, que dois caçadores encontraram nun tronco, onde hoje existe a nossa Matriz, uma santa chorando com uma escada nas mãos.         A mesma foi levada pelos caçadores a Ipojuca e entregue aos padres daquela cidade. No dia seguinte a Santa apareceu novamente chorando no tronco onde foi encontrada.  O fato repetiu-se três vezes. Ela era levada para Ipojuca e voltava para o tronco, em Escada. Diz a lenda que os padres de Ipojuca resolveram fazer uma capelinha no lugar onde a Santa apareceu. Dentro da capela construíram um quarto, onde ela foi  colocada e, em frente ao quarto, desenharam sua imagem com uma escada nas mãos. Até os dias de hoje, fiéis que zelam a Igreja e lhes dedicam carinhos especiais: cortam suas unhas, dão banho e trocam suas vestes, mantendo em sigilo a sua existência.
   Em sua homenagem, a cidade recebe o nome de "Escada" por causa da escadinha que trazia nas mãos; a santa tornou-se padroeira da cidade com o nome de Nossa Senhora da Apresentação da Escada.
                Entretanto, tudo não passa de uma lenda.

Livro: Lendas, Mitos e Histórias da Terra dos Barões.
Autora: Mariinha Leão.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Cemitérios Indígenas



             A prática de prestar culto aos mortos e sepultá-los é um fenômeno mais bem datado pela arqueologia, pois remonta dos primordiais tempos, quando os homens pré-históricos já praticavam tal ato, sentindo o vazio e ausência pelo falecimento de mais um integrante do grupo.

No transcurso da história, os povos da antiguidade, praticavam o sepultamento, com exceção dos persas que colocavam os seus mortos em altas torres, as chamadas "torres do silêncio" para que fossem devorados pelos abutres, pois consideravam sagrados a terra, o fogo e a água, que não podia ser manchados. Ainda hoje os países que vivem na Índia, e são os últimos seguidores do Zoroastrismo, procedem da mesma forma.

Presume-se que a história de Escada tenha sido marcada pela presença de dois cemitérios indígenas que datam da época da aldeia.

No final da década de cinqüenta, quando iniciaram as escavações para fazer a pavimentação da Rua Deodoro da Fonseca (25 de março), muitos ossos humanos, inclusive crânios em bom estado de conservação, foram retirados do lugar. É possível que esses fósseis tenham pertencido aos índios que habitavam na parte baixa da cidade e que foram sepultados nas proximidades do Rio Ipojuca onde, provavelmente, ficava o cemitério. Também foram encontrados restos de esqueletos humanos na parte alta da cidade.

Durante a construção do prédio da antiga Hermol, na Rua Barão de Suassuna, pelo fato do edifício ser um prédio com 3 andares, foi necessário uma escavação profunda para fazer uma estaca de concreto.

Ao retirarem do solo o trado (instrumento de forma helicoidal com que se fazem furos de sondagem nos solos), restos de ossos humanos vieram agarrados ao instrumento. É possívem ter existido outro cemitério indígena nas imediações do atual centro do comércio, onde habitavam, certamente, os nativos.

A presença dos colonos no território escadense aumentou a população, surgindo a necessidade de um local para sepultar os mortos.

Construíram, então, o cemitério (Campo Santo), ao lado da atual Matriz, onde funciona hoje a secretária de Assistência Social, do qual não existe dúvida sobre a sua existência.


Livro: Lendas, Mitos e Histórias da Terra dos Barões.

Autora: Mariinha Leão.

quinta-feira, 17 de março de 2011

A Cova do Inglês



             No histórico Bairro do Viradouro existe uma cova onde foi enterrado um inglês. Alguns moradores afirmam que ele era acionista da "Great Western" (*) outros comentam que era engenheiro da empresa e morava em Escada, próximo à Estação.
   O Inglês era protestante. E, como o único cemitério da cidade ficava no antigo campo, ao lado da Matriz, ele pediu, antes de morrer, para não ser enterrado ali. O seu pedido foi atendido e, como naquela época se enterrava gente em qualquer canto, o seu corpo foi sepultado no atual Bairro do Viradouro. A cova foi dupla e era protegida por uma grade de ferro, resistente e bem trabalhada. Durante muitos anos, sempre vinha  gente de Recife visitar a cova. Com o passar dos tempos, as visitações  tornaram-se escassas; até que, definitivamente , deixaram de comparecer ao local.
   Um antigo morador contou que, na cova do inglês, nasceu um araçazeiro que dava frutos enormes e saborosos. Muita gente não comia os araçás porque a árvore ficava sobre a sepultura. Outro senhor, que reside no bairro, narrou que, certa noite, o inglês apareceu em sonho a um funcionário da estação e lhe deu uma botija. O mesmo não aceitou alegando que, para tirá-la, teria que se mudar da cidade e ele não pretendia sair de Escada.
Atualmente, no lugar onde fica a cova do inglês foi construído o terraço de uma casa. Quanto à grade que protegia a cova, foi colocada no quintal da casa vizinha, onde permanece até hoje, embora os moradores não darem valor.

(*) Great Western - Companhia Ferroviária Inglesa, que implantou a rede ferroviária em Pernambuco.

Obs. Hoje encontra-se no Espaço Cultural Museu Cícero Dias, localizado na rua da MaTRIZ N. 97 antiga Câmara Municipal.

Livro: Lendas, Mitos e Histórias da Terra dos Barões.
Autora: Mariinha Leão.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Engenho Alegria



               Distante 4 km da séde do município, o acesso se dá por estrada vicinal carroçavel. A casa-grande datada de 1926 está abandonado em mal uso.
Neste engenho está localizado, mais de 200 hectares de mata atlântica, situada nas porções mais elevadas. Em seu entorno, várias casas de moradores registram a ocupação humana. por ser uma das poucas reservas preservadas do município, é possível encontrar uma fauna abundante como: quatis, cobra-siri, gato maracajá, gaviões, cotias, tetéus, etc... 
Bem como uma flora rica em espécies vegetais. Completando este ecossistema, rios, quedas d'águas, nascentes, bicas, fazendo com que as trilhas seja uma verdadeira aventura com atrativos tanto históricos, quanto naturais, com belos exemplares da arquitetura rural do Estado de Pernambuco.
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Livro: Escada, Riqueza de Pernambuco.
Autor: Luis Mindiuca.

O Acendedor de Lampião



             Na época em que não existia energia elétrica em Escada, às 17 h, em ponto, o acendedor de lampião desempenhava o seu trabalho com prazer, acendendo as lanternas da cidade. Nos locais desabitados, os postes ficavam localizados numa distância de 100m de um para o outro. Quando às áreas habitadas, eram colocados bem próximos um do outro. De 3 em 3 dias eram abastecidos com parafina ou querosene, por uma pequena janela.
No início do século XX, era muito usado em nosso município os lampiões à álcool.
O acendedor de lampião era funcionário do paço municipal. Ao entardecer, ele fazia habitualmente o mesmo percurso pelas ruas da cidade acendendo, reabastecendo, ou verificando os mínimos problemas que surgissem, em qualquer um deles.
Em abril de 1926, a cidade recebia os benefícios da energia elétrica gerada pela Companhia Industrial Pirapama, aproveitando a queda d'água do Rio Pirapama.
Para economizar energia, as luzes da cidade permaneciam acesas até 23 h e os escadenses pagavam, mensalmente, uma pequena taxa pelo consumo.
A partir de então, os lampiões tornaram-se obsoletos, restando apenas a lembrança e a saudade do acendedor de lampião, cuja história jamais será esquecida pelos escadenses.

Livro: Lendas, Mitos e Histórias da Terra dos Barões.
Autora: Mariinha Leão.

terça-feira, 8 de março de 2011

A Matriz ( lenda )


                      A "Matriz de Escada" foi construída, em 1874, pelo missionário frei Caetano de Messina Sobrinho. O projeto arquitetônico é de autoria de frei Francisco de Vicenzi, o famoso arquiteto da Igreja da Penha.
Situada no alto da cidade numa superfície de 410 metros quadrados, com fachada de 18 m e 20 cm de largura e 14 m e 40 cm de altura. No transcurso da sua história teve a construção interrompida três vezes: o motivo foi a inimizade entre um dos párocos de Escada e o capitão-mor da povoação Manuel Tomé de Jesus, o qual mandava demolir a construção assim que era iniciada. Anos depois os trabalhos foram concluídos. Artisticamente, a Matriz apresenta um estilo indefinido com a presença do barroco, o romano e um pouco do gótico. No decorrer dos tempos, ela passou por várias reformas sofrendo agressões internas e pequenas modificações na parte externa, perdendo parcialmente a sua originalidade.
Foi nesse tempo suntuoso, na primeira década so século XX que aconteceu o extraordinário conto do além. Um cidadão escadense caminhava na calada da noite pela rua da Matriz. Ao se aproximar da antiga Câmara Muinicipal, viu a Igreja com as portas abertas e as luzes acesas, como se estivesse nun clima festivo. Ele parou e ficou observando a cena sem ter explicação para o fato, pois se alguma comemoração estava acontecendo àquela hora, não era de seu conhecimento. Álem disso, o Pe Pedrosa que era Vigário de Escada e estava ausente da cidade. O homem caminhou vagarosamente , sempre olhando para o templo e admirando a intensa claridade do ambiente. Ao chegar bem perto da Igreja, as luzes apagaram-se, subitamente, e tudo desapareceu, deixando o homem atônito. Ele saiu correndo pela Rua Vigário Simão, sem ter explicação para o episódio que acabava de vivenciar.

Livro: Lenda, Mitos e Histórias da Terra dos Barões.
Autora: Mariinha Leão                                              

segunda-feira, 7 de março de 2011

Saudosos Carnavais

           Escada, conheçida como  Terra dos Barões é um celero rico em Cultura, mas pouco valorizada pelos seus filhos da terra. Entretanto, é relevante salientar que, de antigamente guarda-se a memória de Saudosos
Carnavais com seus bailes carnavalescos no clube intermunicipal de Escada, na JOC (Juventude Operária Catolica) na  Sede do Guarani, no Cassino da Pirapama nas sedes das Usinas e outros locais.
 Blocos que fazia Alegria dos foliões de antigamente:

Cana Verde de dona. Maria Caranguejo.
Morro de Fome mas não Trabalho - Sr. Djá.
Axé - Sr. Luis Fluminense.
Cachorro Lambeu tua cara - Sr. Sergio Pereira.
Os Teimosos do Morro de dona Odete Delmira.
Princesa de Bagdá - Sr. tatá da padaria,  (entre outros).


Com o passar do tempo é lamentável  o desaparecimento desses folguedos Culturais que proporcionaram tantos momentos de alegria aos foliões Escadenses, mas com a perca desses blocos surgiram outros como:
A Buzina da Aurora - Kako Ximenes
As Catraias da Vila Operária - Miguel dos Santos
Maria Clara em folia - Escola professora Maria Clara
Experiencia de Vida Terceira Idade.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Casa-grande do Engenho Firmeza






           Seguindo a BR-101 Sul no sentido de Ribeirão á aproximadamente 4,5 km da séde do município. Após 2,5 km acessar estrada vicinal, que se encontra em bom estado. A casa-grande possui um elemento raro na arquitetura pernambucana, que é o pátio interno. Está classificada como Bangalô, apesar de ter telhados independentes (casa e alpendres ), em duas águas. O alpendre externo tem canos de ferro apoiados em bases de alvenaria. Todos os vãos em vergas retas, São abertos. No seu frontão, os adornos em massa são vistos nas três faces protegidas pelo alpendre. Mas infelizmente a casa-grande de raro elemento na Arquitetura pernambucana foi demolida para a construçao de uma creche.