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terça-feira, 20 de março de 2012

Engenho Frexeiras






         Para chegar a este belo engenho, o acesso é feito pela BR-101 Sul até o entroncamento com a PE-63, ambas em bom estado de conservação. Após 5 Km, logo após  o Distrito de Frexeiras, segue a direita por estrada vicinal em estado regular de conservação. No percurso o canavial ladeia a estreita estrada de barro. Logo adiante avistamos a capela do engenho, cuja padroeira é nossa Senhora de Lourdes. A capela tem um estilo de construção eclético. Seu formato único em forma de cruz, com bandeiras em ogivas neogóticos, vãos abertos e arqueados. A mesma foi construída no topo de uma colina, e em seu entorno existe gramíneas e palmeiras.
        Seguindo em frente, várias casas de moradores são avistadas no percurso. Atravessamos uma ponte em alvenaria e madeira sobre o rio Ipojuca que passa imponente pelo engenho com suas corredeiras, sendo um bom local para pesca. Margeando o rio, chegamos à casa grande, uma das mais bonitas e conservadas da região. Em estilo Chalé, a mesma data, provavelmente, do fim do século XIX, assim como a capela. Seu telhado em duas águas é mais alto e independente do que o alpendre. O telhado principal é protegido por uma platibanda recortada, adornada por um brasão ao centro e por quatro pinhas ao alto. Seu alpendre possui colunas de ferros. Assim com o seu guarda corpos. Em seus arredores, fruteiras, flores silvestres, gramíneas, palmeiras e construções de menor porte.
    
Livro: Escada Riqueza de Pernambuco.
Autor: José Luis Minduca.
(*) Barão de Frexeiras foi Antonio dos Santos Pontual.

O Escravo Alforriado



         Na época da escravidão aconteceu um fato interessante na zona rural de Escada, no Engenho Gaipió, (hoje pertencente ao Município de Ipojuca.) O proprietário do engenho, possuía um escravo, com o qual se relacionava muito bem.
        No período em que a cidade foi atacada por uma das epidemias de varíola, o bom escravo foi vitimado pela doença, vindo a falecer. O senhor do engenho, muito pesaroso, preparou tudo para o sepultamento. Na hora em que o corpo descia à sepultura, para supresa de todos, o escravo tornou. Retirado do local, foi levado para o engenho onde recebeu cuidados especiais, recuperando assim a saúde. O patrão, ainda emocionado pelo que aconteceu, resolveu fazer uma supresa ao negro escravo. Preparou uma carta de alforria e o presenteou, concedendo-lhe dessa forma, o direito de viver em liberdade até os últimos dias de sua existência.

Livro: Lendas, Mitos e Histórias da Terra dos Barões.
Autora: Mariinha Leão.

quinta-feira, 1 de março de 2012

A Botija



            Próximo à Ponte "Chora Miséria" que foi um nome dado a uma antiga ponte que ficava localizada na Rua Tobias Barreto, caminho Matadouro Velho, próximo  ao Sítio Mergulhão, onde hoje funciona a Escola Prof. Maria Clara. Morava um cidadão bastante pobre, que passava sempre por momentos difíceis, em virtude da crise financeira na qual se encontrava. Uma noite, deitou-se preocupado com a situação em que vivia. Dinheiro pouco, alimentação escassa, família numerosa; o que fazer para sustentá-la? Já estava quase dormindo quando alguém balançou a rede. Levantou-se assustado, verificou a casa; todos dormiam. Voltou a se deitar; mas a partir daí não teve mais sossego. A rede era balançada todas as noites. Certa vez, quando ia quase dormindo apareceu, em sonho, um homem e lhe deu uma botija que ficava nas proximidades do riacho, segundo o doador. No dia seguinte logo cedo o cidadão correu ao local indicado e começou a cavar. cavou...cavou... e encontrou um caixão de sabão, cheio de dinheiro e objetos de ouro. Retirou o tesouro e deixou dentro do buraco uma medalha de ouro, que foi encontrada por um menino. Em seguida foi embora da cidade com toda sua família. Dias depois, voltou para Escada, financeiramente bem, e fundou uma grande casa comercial. Ficou comprovado que, realmente ele havia tirado uma botija.


Livro: Lendas, Mitos e Histórias da Terra dos Barões.
Autora: Mariinha Leão.

O Escravo Fiel



                 O proprietário de um dos engenhos de nossa cidade resolveu vender um escravo que possuía, o qual era bastante ativo e fiel. Ninguém sabe qual o motivo que levou a desfazer-se dele.  Dias depois, o negro cativo fugiu do engenho onde estava e implorou ao antigo senhor para aceitá-lo de volta. Entretanto, ele não aceitou o pedido, alegando que tinha vendido e não podia desmanchar o negócio. O escravo saiu dali chorando, com a alma partida, sem saber qual rumo deveria seguir. pensou um pouco e depois decidiu. Voltou ao engenho do seu velho patrão, conseguiu uma peça de corda e enforcou-se numa árvore, que ainda existe no engenho.



Livro: Lendas, Mitos e Histórias da Terra dos Barões.
Autora: Mariinha Leão.