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segunda-feira, 25 de abril de 2011

A Mulher e o Cemitério





           
             O cemitério São Luís foi inaugurado no dia 8 de maio de 1904, na gestão do Coronel Manuel Antonio dos Santos Dias Filho. Aos poucos, foram construidos os primeiros jazigos e túmulos. Não faltava gente para visitar os mortos.
  Certo dia um coveiro foi fechar o portão do cemitério São Luís  para almoçar. Quando se aproximou do portão observou uma mulher entrando no cemitério. A visitante estava bem vestida, de óculos escuros, muito bem pintada, com uma sobrinha vermelha aberta, pois o sol estava muito quente. Ele aproximou-se dela e falou:
  "Minha senhora, já deu meio dia, estou fechando o portão e vou almoçar".
   A visitante respondeu:
  "Meu senhor, aguarde um instante! Eu vou apenas fazer uma visitinha e daqui a pouco estarei voltando"
     O coveiro concordou. Sentou-se num banco, acendeu um cigarro e ficou a esperar. Esperou... esperou.... e nada da mulher voltar. Ele comentou baixinho:
   "Não é possível! faz quase uma hora que essa mulher entrou e ainda não voltou"
Já com fome, fatigado do calor e cansado de esperar, a paciência esgotou e ele resolveu entrar para localizá-la.           O coveiro andou... andou.... percorreu o cemitério todo e nada encontrou " A mulher havia desaparecido".
  O coveiro totalmente arrepiado, fechou o portão  do cemitério e retirou-se para casa.

Livro: Lendas, Mitos e Histórias das Terras dos Barões.
Autora: Mariinha Leão

quarta-feira, 6 de abril de 2011

HINO DA CIDADE DA ESCADA


Letra e música:
Maria José Leão Portela Gomes
(Mariinha Leão)
 
Despontaste audaz e alvissareira
Ó inefável, cidade hospitaleira.
O teu nome Escada enaltece
O teu povo e a Pátria Brasileira.
Despontasfe audaz e alvissareira
Ó inefável, cidade hospitaleira.

Tuas ínvias matas verdejantes
O fulgor e limpidez do teu rio
Os primórdios irmãos ameríndios
Da lembrança, a bravura e o brio.

Os barões, engenhos e casarios
Belas paisagens de canaviais
Para orgulho dos nossos ancestrais
Foste Princesa dos Canaviais.

Tua história ostenta conquistas
Um passado de luta e vitória.
E também tu tiveste momentos
De infortúnio em tua trajetória.

Ouves logo o brado do teu povo
Destemido e cheio de clamor.
Que anseia um progresso contínuo
E recrudesça assaz o labor.

Ó insigne cidade que apraz,
de outrora guardas a memória.
cujo tempo não apaga jamais,
tua história, tradição e glória.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Comadre Fulorzinha* e Suas Peripécias nas Matas de Escada

  
             Comadre Fulorzinha  é uma personagem lendária que vive nas matas.  É  temida e respeitada por alguns caçadores e pessoas que ali trabalham e nela acreditam.

    Nas matas da cidade de Escada várias peripécias foram praticadas por ela.

    Muitos moradores da zona rural do nosso município afirmam ter visto a Comadre Fulorzinha.  Dizem que é uma linda cabocla.  Para outros, é uma menina muito bonita, alva, cabelos loiros e longos, vestida de branco, aparentando 10 anos de idade. Além das matas, ela aparece  nos engenhos e sítios, assustando as pessoas com empurrões, tapas, relhos de bater em cavalo, assobios fortes e finos, que provocam  surdez instantânea. Afirmam também que ela gosta de fazer, nos cavalos tranças bem finas e perfeitas. Quando alguém percebe a sua aproximação nas matas ou engenhos, procura logo afugentá-la, batendo com uma enxada numa pedra, pois não aprecia o barulho e vai embora.  Para agradá-la, os caçadores costumam colocar, em qualquer tronco da mata, fumo e mingau sem sal.

   Em Vargem Grande, Cachoeira Tapada, um caçador que duvidava e zombava muito da Comadre Fulorzinha, foi à mata e colocou para ela mingau com sal.   Após alguns dias, ele foi caçar e não voltou para casa. Seu irmão saiu a sua procura e o encontrou, amarrado num  tronco com cipó; seu corpo demonstrava sinais de espancamento. O caçador recordou apenas que estava na mata e subitamente, começou a apanhar. Só que ele sentia as lapadas, mas não via quem estava batendo. Ficou aterrorizado, perdu os sentidos e, quando tornou, já estava amarrado.  A partir desse dia, ele começou a ter medo e respeito pela Comadre Fulorzinha.

     O termo "fulorzinha" foi grafado da forma como a população pronuncia na região.

Livro: Lendas, Mitos e Histórias da Terra dos Barões.
Autora: Mariinha Leão.

Origem Lendária de Escada

  

             A origem lendária de Escada remonta de tempos longínquos, quando as exuberantes e virgem matas verdejantes ornamentavam nossa terra pueril.
   Foi berço dos nossos índios, primordiais habitantes, senhores desse torrão, que aqui se radicaram desenvolvendo sua cultura, sua crença, seus costumes; banhada por um rio gigantesco e cristalino, forte e sadio que enaltecia e adornava o nosso solo, o qual  se tornou também fonte de alimento para nossos ameríndios que, além da pesca, nutriamse de caça, frutos silvestres e demais recursos que a natureza mãe pudesse lhe oferecer.
   Foi em épocas remotas, quando Escada era ornamentada por essas paisagens fascinantes já relatadas, que dois caçadores encontraram nun tronco, onde hoje existe a nossa Matriz, uma santa chorando com uma escada nas mãos.         A mesma foi levada pelos caçadores a Ipojuca e entregue aos padres daquela cidade. No dia seguinte a Santa apareceu novamente chorando no tronco onde foi encontrada.  O fato repetiu-se três vezes. Ela era levada para Ipojuca e voltava para o tronco, em Escada. Diz a lenda que os padres de Ipojuca resolveram fazer uma capelinha no lugar onde a Santa apareceu. Dentro da capela construíram um quarto, onde ela foi  colocada e, em frente ao quarto, desenharam sua imagem com uma escada nas mãos. Até os dias de hoje, fiéis que zelam a Igreja e lhes dedicam carinhos especiais: cortam suas unhas, dão banho e trocam suas vestes, mantendo em sigilo a sua existência.
   Em sua homenagem, a cidade recebe o nome de "Escada" por causa da escadinha que trazia nas mãos; a santa tornou-se padroeira da cidade com o nome de Nossa Senhora da Apresentação da Escada.
                Entretanto, tudo não passa de uma lenda.

Livro: Lendas, Mitos e Histórias da Terra dos Barões.
Autora: Mariinha Leão.