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quinta-feira, 31 de março de 2011

Cemitérios Indígenas



             A prática de prestar culto aos mortos e sepultá-los é um fenômeno mais bem datado pela arqueologia, pois remonta dos primordiais tempos, quando os homens pré-históricos já praticavam tal ato, sentindo o vazio e ausência pelo falecimento de mais um integrante do grupo.

No transcurso da história, os povos da antiguidade, praticavam o sepultamento, com exceção dos persas que colocavam os seus mortos em altas torres, as chamadas "torres do silêncio" para que fossem devorados pelos abutres, pois consideravam sagrados a terra, o fogo e a água, que não podia ser manchados. Ainda hoje os países que vivem na Índia, e são os últimos seguidores do Zoroastrismo, procedem da mesma forma.

Presume-se que a história de Escada tenha sido marcada pela presença de dois cemitérios indígenas que datam da época da aldeia.

No final da década de cinqüenta, quando iniciaram as escavações para fazer a pavimentação da Rua Deodoro da Fonseca (25 de março), muitos ossos humanos, inclusive crânios em bom estado de conservação, foram retirados do lugar. É possível que esses fósseis tenham pertencido aos índios que habitavam na parte baixa da cidade e que foram sepultados nas proximidades do Rio Ipojuca onde, provavelmente, ficava o cemitério. Também foram encontrados restos de esqueletos humanos na parte alta da cidade.

Durante a construção do prédio da antiga Hermol, na Rua Barão de Suassuna, pelo fato do edifício ser um prédio com 3 andares, foi necessário uma escavação profunda para fazer uma estaca de concreto.

Ao retirarem do solo o trado (instrumento de forma helicoidal com que se fazem furos de sondagem nos solos), restos de ossos humanos vieram agarrados ao instrumento. É possívem ter existido outro cemitério indígena nas imediações do atual centro do comércio, onde habitavam, certamente, os nativos.

A presença dos colonos no território escadense aumentou a população, surgindo a necessidade de um local para sepultar os mortos.

Construíram, então, o cemitério (Campo Santo), ao lado da atual Matriz, onde funciona hoje a secretária de Assistência Social, do qual não existe dúvida sobre a sua existência.


Livro: Lendas, Mitos e Histórias da Terra dos Barões.

Autora: Mariinha Leão.

quinta-feira, 17 de março de 2011

A Cova do Inglês



             No histórico Bairro do Viradouro existe uma cova onde foi enterrado um inglês. Alguns moradores afirmam que ele era acionista da "Great Western" (*) outros comentam que era engenheiro da empresa e morava em Escada, próximo à Estação.
   O Inglês era protestante. E, como o único cemitério da cidade ficava no antigo campo, ao lado da Matriz, ele pediu, antes de morrer, para não ser enterrado ali. O seu pedido foi atendido e, como naquela época se enterrava gente em qualquer canto, o seu corpo foi sepultado no atual Bairro do Viradouro. A cova foi dupla e era protegida por uma grade de ferro, resistente e bem trabalhada. Durante muitos anos, sempre vinha  gente de Recife visitar a cova. Com o passar dos tempos, as visitações  tornaram-se escassas; até que, definitivamente , deixaram de comparecer ao local.
   Um antigo morador contou que, na cova do inglês, nasceu um araçazeiro que dava frutos enormes e saborosos. Muita gente não comia os araçás porque a árvore ficava sobre a sepultura. Outro senhor, que reside no bairro, narrou que, certa noite, o inglês apareceu em sonho a um funcionário da estação e lhe deu uma botija. O mesmo não aceitou alegando que, para tirá-la, teria que se mudar da cidade e ele não pretendia sair de Escada.
Atualmente, no lugar onde fica a cova do inglês foi construído o terraço de uma casa. Quanto à grade que protegia a cova, foi colocada no quintal da casa vizinha, onde permanece até hoje, embora os moradores não darem valor.

(*) Great Western - Companhia Ferroviária Inglesa, que implantou a rede ferroviária em Pernambuco.

Obs. Hoje encontra-se no Espaço Cultural Museu Cícero Dias, localizado na rua da MaTRIZ N. 97 antiga Câmara Municipal.

Livro: Lendas, Mitos e Histórias da Terra dos Barões.
Autora: Mariinha Leão.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Engenho Alegria



               Distante 4 km da séde do município, o acesso se dá por estrada vicinal carroçavel. A casa-grande datada de 1926 está abandonado em mal uso.
Neste engenho está localizado, mais de 200 hectares de mata atlântica, situada nas porções mais elevadas. Em seu entorno, várias casas de moradores registram a ocupação humana. por ser uma das poucas reservas preservadas do município, é possível encontrar uma fauna abundante como: quatis, cobra-siri, gato maracajá, gaviões, cotias, tetéus, etc... 
Bem como uma flora rica em espécies vegetais. Completando este ecossistema, rios, quedas d'águas, nascentes, bicas, fazendo com que as trilhas seja uma verdadeira aventura com atrativos tanto históricos, quanto naturais, com belos exemplares da arquitetura rural do Estado de Pernambuco.
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Livro: Escada, Riqueza de Pernambuco.
Autor: Luis Mindiuca.

O Acendedor de Lampião



             Na época em que não existia energia elétrica em Escada, às 17 h, em ponto, o acendedor de lampião desempenhava o seu trabalho com prazer, acendendo as lanternas da cidade. Nos locais desabitados, os postes ficavam localizados numa distância de 100m de um para o outro. Quando às áreas habitadas, eram colocados bem próximos um do outro. De 3 em 3 dias eram abastecidos com parafina ou querosene, por uma pequena janela.
No início do século XX, era muito usado em nosso município os lampiões à álcool.
O acendedor de lampião era funcionário do paço municipal. Ao entardecer, ele fazia habitualmente o mesmo percurso pelas ruas da cidade acendendo, reabastecendo, ou verificando os mínimos problemas que surgissem, em qualquer um deles.
Em abril de 1926, a cidade recebia os benefícios da energia elétrica gerada pela Companhia Industrial Pirapama, aproveitando a queda d'água do Rio Pirapama.
Para economizar energia, as luzes da cidade permaneciam acesas até 23 h e os escadenses pagavam, mensalmente, uma pequena taxa pelo consumo.
A partir de então, os lampiões tornaram-se obsoletos, restando apenas a lembrança e a saudade do acendedor de lampião, cuja história jamais será esquecida pelos escadenses.

Livro: Lendas, Mitos e Histórias da Terra dos Barões.
Autora: Mariinha Leão.

terça-feira, 8 de março de 2011

A Matriz ( lenda )


                      A "Matriz de Escada" foi construída, em 1874, pelo missionário frei Caetano de Messina Sobrinho. O projeto arquitetônico é de autoria de frei Francisco de Vicenzi, o famoso arquiteto da Igreja da Penha.
Situada no alto da cidade numa superfície de 410 metros quadrados, com fachada de 18 m e 20 cm de largura e 14 m e 40 cm de altura. No transcurso da sua história teve a construção interrompida três vezes: o motivo foi a inimizade entre um dos párocos de Escada e o capitão-mor da povoação Manuel Tomé de Jesus, o qual mandava demolir a construção assim que era iniciada. Anos depois os trabalhos foram concluídos. Artisticamente, a Matriz apresenta um estilo indefinido com a presença do barroco, o romano e um pouco do gótico. No decorrer dos tempos, ela passou por várias reformas sofrendo agressões internas e pequenas modificações na parte externa, perdendo parcialmente a sua originalidade.
Foi nesse tempo suntuoso, na primeira década so século XX que aconteceu o extraordinário conto do além. Um cidadão escadense caminhava na calada da noite pela rua da Matriz. Ao se aproximar da antiga Câmara Muinicipal, viu a Igreja com as portas abertas e as luzes acesas, como se estivesse nun clima festivo. Ele parou e ficou observando a cena sem ter explicação para o fato, pois se alguma comemoração estava acontecendo àquela hora, não era de seu conhecimento. Álem disso, o Pe Pedrosa que era Vigário de Escada e estava ausente da cidade. O homem caminhou vagarosamente , sempre olhando para o templo e admirando a intensa claridade do ambiente. Ao chegar bem perto da Igreja, as luzes apagaram-se, subitamente, e tudo desapareceu, deixando o homem atônito. Ele saiu correndo pela Rua Vigário Simão, sem ter explicação para o episódio que acabava de vivenciar.

Livro: Lenda, Mitos e Histórias da Terra dos Barões.
Autora: Mariinha Leão                                              

segunda-feira, 7 de março de 2011

Saudosos Carnavais

           Escada, conheçida como  Terra dos Barões é um celero rico em Cultura, mas pouco valorizada pelos seus filhos da terra. Entretanto, é relevante salientar que, de antigamente guarda-se a memória de Saudosos
Carnavais com seus bailes carnavalescos no clube intermunicipal de Escada, na JOC (Juventude Operária Catolica) na  Sede do Guarani, no Cassino da Pirapama nas sedes das Usinas e outros locais.
 Blocos que fazia Alegria dos foliões de antigamente:

Cana Verde de dona. Maria Caranguejo.
Morro de Fome mas não Trabalho - Sr. Djá.
Axé - Sr. Luis Fluminense.
Cachorro Lambeu tua cara - Sr. Sergio Pereira.
Os Teimosos do Morro de dona Odete Delmira.
Princesa de Bagdá - Sr. tatá da padaria,  (entre outros).


Com o passar do tempo é lamentável  o desaparecimento desses folguedos Culturais que proporcionaram tantos momentos de alegria aos foliões Escadenses, mas com a perca desses blocos surgiram outros como:
A Buzina da Aurora - Kako Ximenes
As Catraias da Vila Operária - Miguel dos Santos
Maria Clara em folia - Escola professora Maria Clara
Experiencia de Vida Terceira Idade.